terça-feira, 29 de setembro de 2009

Blog faz jovem ganhar dinheiro se divertindo

Uma maneira simples e fácil de ganhar dinheiro fazendo pouco esforço. Parece um anúncio publicitário, mas não é exatamente isso. Embora a publicidade seja a mola propulsora do tipo de sucesso em questão, a idéia inicial remete justamente a um já antigo espaço conhecido de todos aqueles que estão ligados à vida na internet: os blogs.

O jovem Igor de Souza, Pucci, 25 anos, é formado em Ciências da Computação, mas viu no marketing a estratégia para ganhar dinheiro e fazer sucesso com os avanços da tecnologia. E a idéia inicial foi simples: recolher fotos inusitadas que circulavam pelo Orkut e simplesmente publicá-los, sem estarem atreladas a texto algum. Após publicar as primeiras 50 fotos e divulgar o novo espaço no conhecido “boca a boca”, Igor chegou a receber 8 mil acessos. Nascia então o portal “Pérolas do Orkut”.

Tanta despreocupação em criar algo que obrigatoriamente caísse no gosto do público acabou resultando em um site que atualmente é referência em fotos inusitadas e que foi capaz de render até R$ 8 mil ao seu criador. “Antes de dezembro do ano passado ganhava R$ 8 mil reais por mês. Após a crise, tive uma queda de mais de 50% na minha renda.” Todo o dinheiro arrecadado provém dos anúncios publicitários, aos quais o blogueiro teve acesso após entrar em um sistema de afiliados no ramo de endereços eletrônicos.

Apesar de a renda não ser mais a mesma, o site administrado por Pucci recebe de 40 a 50 comentários por foto. Ele firma que a maioria dos visitantes é brasileira, da região Sudeste, na maioria, jovens. Porém, existem visitantes de diversos países do mundo, como Japão e EUA. As atualizações acontecem todos os dias, mas, apesar disso, Igor afirma trabalhar somente duas horas por dia. Para comandar o portal, o atualizador dispõe de um aparato em sua própria casa, sendo que, com o crescimento do site, um novo servidor precisou ser comprado.

Mudança no conteúdo

Com o passar do tempo, o conteúdo da página também mudou. A intenção inicial que era de somente divulgar fotos inusitadas do Orkut, acabou se tornando um espaço para fotos divertidas, provenientes de qualquer lugar.

O próprio administrador confessa que se acomodou após certo tempo e hoje procura menos fotos do que antes. “Quando a página foi criada eu procurava as fotos. Hoje em dia as pessoas me mandam, sendo que, às vezes, são fotos delas mesmas que elas querem que sejam colocadas”. As fontes que Pucci usa para encontrar as fotos são o Google e comunidades do Orkut especializadas nesse tipo de conteúdo.

Relação com o público

Igor já teve alguns problemas com o blog. Como se trata de um espaço dedicado a expor situações engraçadas, ocorreram casos de pessoas que se sentiram ofendidas com determinadas fotos. Mesmo as fotos passando por um processo de edição, no qual rostos ou qualquer outro tipo de identificação são rasurados, ainda assim é comum que pessoas façam ameaças de processá-lo. Porém, ele não vê problema em retirar alguma foto possivelmente ofensiva. “Se alguém reclama que se sentiu ofendido ou que não gostou da publicação de alguma foto, basta falar comigo que eu retiro”.

E a página se limitou ao público anônimo e chegou também ao conhecimento das celebridades. Segundo Pucci, a ex-garota de programa de luxo, Bruna Surfistinha chegou a comentar uma foto publicada relacionada ao seu livro. O apresentador Marcos Mion também já fez elogios à pagina.

Futuro com blogs

Igor Pucci já atuou como programador de web, fez pós em Economia e agora faz em Marketing. O jovem diz gostar desse ramo e pretende aumentar ainda mais o “Pérolas do Orkut”, utilizando inclusive conceitos da área.

Atualmente Igor não realiza nenhuma outra atividade a não ser atualizar blogs. Ele ainda administra um que contém tipos de imagens utilizadas para recados no Orkut (http://www.webrecados.com/) e outro contendo frases e pensamentos famosos (http://www.webfrases.com/). O principal conteúdo atualizado por Pucci pode ser encontrado no http://www.perolasdoorkut.com.br/.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Control Vc x Control Pc

Quando criamos algo, mesmo se tendo o domínio pleno e conhecendo profundamente toda a estrutura que dá sentido e funcionamento ao que foi criado, ainda sim existe uma maneira de se perder o controle sobre ele. Dependendo da forma como nos portamos perante nosso produto, podemos expor nosso lado mais frágil a ele e isso quase sempre acarretará momentos catastróficos.

O filme “Controle Absoluto”, do diretor por D. J. Caruso, exemplifica isso. No caso, o criador é o homem e a criatura é o computador. A fragilidade é o erro humano. Tanto o erro instantâneo, que é aquele cometido em uma decisão desacertada, quanto o erro de caráter existencial, que consiste em acreditar que uma máquina criada sob comandos baseados em estimativas pragmáticas, poderá agir com o raciocínio flexível e ao mesmo tempo ético do ser humano.

Não é de se admirar que a cada dia que passa, o homem tenha procurado cada vez mais automatizar o seu conhecimento. Indo além da importância de conservá-lo e transmiti-lo aos seus descendentes, o homem procura fazê-lo trabalhar em seu favor, como se todas as descobertas e modos de ação humanos ganhassem vida própria e passassem a andar lado a lado com o indivíduo.

No filme em questão, vemos o sistema de inteligência dos EUA assumindo o controle do país. Tudo porque o presidente toma a decisão final de bombardear pessoas em um enterro no Afeganistão, quando se queria dar fim à vida de um terrorista. Nenhum dos suspeitos que foram mortos era o terrorista procurado, e em resposta ao ataque, os EUA passaram a sofrer vários atentados terroristas.

O controle de inteligência do país, programado para realizar uma operação de segurança capaz de manter a ordem, bem como de verificar a competência das decisões governamentais, passou a executar um plano que pretendia matar o presidente americano, assim como os homens ligados a ele, uso inclusive como alegação, a idéia consta na constituição americana; a de que não se pode manter no poder alguém que estivesse colocando em risco a vida do país.

O problema é que para colocar seu plano em prática, o sistema de computadores pôs fim à vida das pessoas que tentaram inocentes que tentaram impedí-la. Por mais que saibamos que existem diversos seres humanos que passam por cima de muitas vidas em busca de seus interesses pessoais, nos espanta ver que o homem possa ter produzido uma criatura treinada para a destruição da própria espécie humana. Uma criatura que, baseada no erro do próprio ser humano, inicia uma série de ações, as quais, apesar de possuírem certa lógica (tentar estabelecer a paz da nação e punir os culpados), correspondem a métodos desprovidos de qualquer senso de compreensão da vida.

Qual é a ética da máquina? Ou melhor, como a convivência humana pode ser abalada quando se descobre o poder de ação da máquina? Quando se fala em uma “inteligência artificial” fala-se, antes de tudo, em uma inteligência criada a partir de certos artifícios. E quais artifícios seriam estes? Se muitas vezes criados com boas intenções, quais as conseqüências que podem haver quando as ações de uma máquina são aplicadas fora de contexto? Somente o ser humano tem o poder da ação contextualizada e o dom da sensibilidade E é ai que a palavra “humano” revela-se na sua forma mais pura e incontestável, e a consciência passa a exercer um papel preponderante.

Todo e qualquer juízo com relação à atitude de algo ou alguém deve passar pelo crivo da auto-análise. O que se quer para a vida e o que se esta conseguindo. Se quisermos soluções rápidas para os problemas e que elas se realizem da maneira mais prática possível, pois bem. Criemos então um computador para matar sem consciência e sem distinção. Podemos simplesmente explodir todos os morros, sem distinguir seus habitantes, e declarar o fim do narcotráfico.

Porém, basta que alguém reflita por alguns momentos e perceberá que “o buraco é mais embaixo”. O ser humano é ainda mais complexo do que qualquer máquina e, mais cedo ou mais tarde, essa complexidade vai cobrar seu preço. O que o homem não pode perder de vista é que a máquina e todo o desdobramento que vem tendo suas tecnologias são criações suas, que existem para facilitar sua vida e serem usados de acordo com o consentimento humano.

Enfim, por mais que o homem informatize o mundo e faça uso das tecnologias para se comunicar, fiscalizar, trabalhar, divertir-se, criar e transformar as coisas, não pode se esquecer de que nada substitui sua consciência, bem como o seu poder de julgar e agir, mesmo que às vezes cometa erros. O filme mostra que, apesar dos pesares, ainda é melhor que o controle absoluto seja nosso.

O maior cuidado é para que não sigamos por um caminho sem volta e com um final aterrorizante, afinal, se a máquina tem automatizado cada vez mais o ser humano, este ainda não aprendeu a humanizar a máquina.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

As celebridades que brotam da Web 2.0

Falar em Web 2.0 é falar principalmente em interatividade. Relacionar-se estreitamente com todo o tipo de pessoas, mesmo elas podendo estar a quilômetros de distância, parece ser uma prática comum a muitos. O Youtube é um dos exemplos dessa web, e, assim como alguns canais se dedicam basicamente a informar com a tentativa de ao mesmo tempo democratizar a informação, esse famoso espaço da internet para veiculação de vídeos tem servido, além de outras coisas, para revelar celebridades.

Nem todos chegam a ser rostos conhecidos mundial ou nacionalmente, mas, com certeza, a fama aparece ao menos entre os amigos. É o caso de Lúcia Pastorello, 21 anos, estudante de direitos, mas que exerce o papel de cantora, violonista, dançarina e atriz nas horas vagas. E as horas vagas de Lúcia, segundo ela própria, não são poucas. A jovem faz proveito do seu tempo livre para postar seus vídeos no YouTube.

Dos seus dois vídeos mais visitados, em um ela imita o personagem Pikachu, do desenho Pokemon, e no outro ela aprece tocando, no teclado, uma música “Riders of Rohan” que integra a trilha do filme “Senhor dos anéis”. No primeiro pode-se ver a jovem pintada, procurando assemelhar-se ao personagem. O vídeo é o mais acessado de sua lista. Mais de 213 mil visitas. E mesmo assim não é o predileto da autora.

Pastorello não segue um tipo específico e nem procura obedecer a uma única linha em suas produções. Somente uma palavra parece definir seus trabalhos: excentricidade. Quando perguntado a ela de onde vem a inspiração, ressalta sua espontaneidade: “Não fico procurando pensar exatamente no que vou fazer. A idéia surge e eu simplesmente vou lá e faço.”, define a jovem com uma resposta simples e um aspecto tímido.

E não pense que a garota está despreparada para tantas exibições. Por trás de seus vídeos em que aparece tocando violão ou dançando, está um embasamento em curso. Foram três meses estudando violão e um ano fazendo dança, o que mostra que a estudante não caiu de para-quedas nas apresentações de cunho artístico.

A timidez de Lúcia parece desaparecer junto com a multidão e em frente a uma câmera. Ela conta que, como em um passe de mágica, liberta seus instintos e faz aquilo que “dá na telha”. Pelo menos em casa, Pastorello parece mais extrovertida e diz permitir que pelo menos a mãe ou a irmã filmem seus vídeos, quando ela não pode fazê-los sozinha.

A jovem conta que não pretende ser atriz e usa sua timidez como justificativa. Ela quer seguir carreira na área do Direito, porém, não quer ser advogada. Sua meta é o concurso público. E a futura advogada não acha que isso possa prejudicar sua imagem na profissão. “Não há nada de errado em meus vídeos. Não faço apologia ao racismo, não desrespeito ninguém. Só me manifesto com as coisas que eu gosto”.

E as manifestações são diversas: dança celta, banho de piscina com o cachorro em dia de frio, imitação de papagaio, músicas ao violão. E se as idéias surgem espontaneamente, quando inicia a feitura de um vídeo, Lúcia se dedica bastante. Ela conta que já chegou a gravar três versões diferentes do mesmo vídeo para escolher a melhor. Ao todo, já foram 151 postagens.

Em meio a tantas opções é difícil escolher a que ela mais gosta. Pastorello confessa que prefere o da trilha do Senhor dos Anéis, e relata um diferencial nessa produção. “Não sei tocar teclado. Vi um amigo meu tocando aquela música e, como eu gosto, fiz questão de decorar para tocar também”

E a fama? Ela não se prende somente às rodinhas de amigos e atinge o exterior. Dos 492 assinantes de sua conta no Youtube, a maioria pertence aos EUA. E ela conta que aliar o sucesso ao relacionamento amoroso tem seus pontos positivos e negativos. “Os caras gostam de meninas que tocam violão, mas também pensam que sou louca. No fim das contas acho que os vídeos mais atrapalham do que ajudam.”

Aqueles que quiserem conhecer o trabalho de Lúcia Pastorello podem visitar seu canal no Youtube, no endereço http://www.youtube.com/lucirello. Enquanto a jovem tiver tempo de sobra e segundos de extrema inspiração, podemos aprender aquilo que ela diz ser a mensagem que mais pretende passar: “Tenha momentos de loucura e extravase!”