terça-feira, 1 de setembro de 2009

As celebridades que brotam da Web 2.0

Falar em Web 2.0 é falar principalmente em interatividade. Relacionar-se estreitamente com todo o tipo de pessoas, mesmo elas podendo estar a quilômetros de distância, parece ser uma prática comum a muitos. O Youtube é um dos exemplos dessa web, e, assim como alguns canais se dedicam basicamente a informar com a tentativa de ao mesmo tempo democratizar a informação, esse famoso espaço da internet para veiculação de vídeos tem servido, além de outras coisas, para revelar celebridades.

Nem todos chegam a ser rostos conhecidos mundial ou nacionalmente, mas, com certeza, a fama aparece ao menos entre os amigos. É o caso de Lúcia Pastorello, 21 anos, estudante de direitos, mas que exerce o papel de cantora, violonista, dançarina e atriz nas horas vagas. E as horas vagas de Lúcia, segundo ela própria, não são poucas. A jovem faz proveito do seu tempo livre para postar seus vídeos no YouTube.

Dos seus dois vídeos mais visitados, em um ela imita o personagem Pikachu, do desenho Pokemon, e no outro ela aprece tocando, no teclado, uma música “Riders of Rohan” que integra a trilha do filme “Senhor dos anéis”. No primeiro pode-se ver a jovem pintada, procurando assemelhar-se ao personagem. O vídeo é o mais acessado de sua lista. Mais de 213 mil visitas. E mesmo assim não é o predileto da autora.

Pastorello não segue um tipo específico e nem procura obedecer a uma única linha em suas produções. Somente uma palavra parece definir seus trabalhos: excentricidade. Quando perguntado a ela de onde vem a inspiração, ressalta sua espontaneidade: “Não fico procurando pensar exatamente no que vou fazer. A idéia surge e eu simplesmente vou lá e faço.”, define a jovem com uma resposta simples e um aspecto tímido.

E não pense que a garota está despreparada para tantas exibições. Por trás de seus vídeos em que aparece tocando violão ou dançando, está um embasamento em curso. Foram três meses estudando violão e um ano fazendo dança, o que mostra que a estudante não caiu de para-quedas nas apresentações de cunho artístico.

A timidez de Lúcia parece desaparecer junto com a multidão e em frente a uma câmera. Ela conta que, como em um passe de mágica, liberta seus instintos e faz aquilo que “dá na telha”. Pelo menos em casa, Pastorello parece mais extrovertida e diz permitir que pelo menos a mãe ou a irmã filmem seus vídeos, quando ela não pode fazê-los sozinha.

A jovem conta que não pretende ser atriz e usa sua timidez como justificativa. Ela quer seguir carreira na área do Direito, porém, não quer ser advogada. Sua meta é o concurso público. E a futura advogada não acha que isso possa prejudicar sua imagem na profissão. “Não há nada de errado em meus vídeos. Não faço apologia ao racismo, não desrespeito ninguém. Só me manifesto com as coisas que eu gosto”.

E as manifestações são diversas: dança celta, banho de piscina com o cachorro em dia de frio, imitação de papagaio, músicas ao violão. E se as idéias surgem espontaneamente, quando inicia a feitura de um vídeo, Lúcia se dedica bastante. Ela conta que já chegou a gravar três versões diferentes do mesmo vídeo para escolher a melhor. Ao todo, já foram 151 postagens.

Em meio a tantas opções é difícil escolher a que ela mais gosta. Pastorello confessa que prefere o da trilha do Senhor dos Anéis, e relata um diferencial nessa produção. “Não sei tocar teclado. Vi um amigo meu tocando aquela música e, como eu gosto, fiz questão de decorar para tocar também”

E a fama? Ela não se prende somente às rodinhas de amigos e atinge o exterior. Dos 492 assinantes de sua conta no Youtube, a maioria pertence aos EUA. E ela conta que aliar o sucesso ao relacionamento amoroso tem seus pontos positivos e negativos. “Os caras gostam de meninas que tocam violão, mas também pensam que sou louca. No fim das contas acho que os vídeos mais atrapalham do que ajudam.”

Aqueles que quiserem conhecer o trabalho de Lúcia Pastorello podem visitar seu canal no Youtube, no endereço http://www.youtube.com/lucirello. Enquanto a jovem tiver tempo de sobra e segundos de extrema inspiração, podemos aprender aquilo que ela diz ser a mensagem que mais pretende passar: “Tenha momentos de loucura e extravase!”

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